quarta-feira, 13 de março de 2013

Victoria (Conto de ficcção)


Uma bela manhã nascia aquecida pelo sol e Vic a completava ao ostentar sua beleza ruivo-exótica pelas ruas de Shinovilprovíncia real da Ilha Dourada, situada no centro do oceano índico, longe de todos os continentes, solitária, com suas próprias regras, com suas próprias crenças e com os seus valores bem definidos –, ela seguia com sua mochila preta atrelada apenas em seu ombro esquerdo, enquanto abria sua carteira de couro a fim de tomar em mãos o cartão daquele que a convencera ir ao seu encontro; foi quando viu o seu pai a cerca de duzentos metros a sua frente em profundo desespero, acenando para si, tentando fazê-la compreender o perigo que se aproximava de sua retaguarda. Vic sequer temeu; ela fingiu que não viu a encenação de seu pai e baixou o semblante levemente inclinado-o para seu lado esquerdo continuando sua caminhada. De repente, um rapaz robusto e bem alto se aproximou correndo, tentando roubar sua carteira, chegando a segurá-la. Vic agarrou o pulso de seu oponente cessando seus passos e chutou seu joelho virando-o para dentro, tomou dele a carteira, ergueu e abaixou rapidamente seu braço desprendendo-se da mochila jogando-a no chão, em seguida, o homem lhe deu um soco na boca; Vic sentindo o sabor do sangue em seu paladar irou-se e se vingou: chutou o estômago do ladrão fazendo-o encurvar-se para frente, segurou o seu punho e torceu seu braço direito forçando-o para baixo fazendo-o estalar ao quebrar seu osso na altura do cotovelo. O malfeitor, então, ergueu-se sentindo uma enorme dor. Vic soltou-o e girou o seu corpo lançando seu pé direito no ar atingindo, assim, a face de seu oponente lançando-o, em seguida, sobre o chão. Julio tentou ir ao encontro da filha, mas Hans, o capitão do exército, por questões de segurança, não permitiu que sua majestade se aproximasse da briga. Ele chamou sua equipe para conter a desordem e, enquanto não apareciam, Vic continuava sua observação severa ao malfeitor. Ele, ainda caído, puxou com seu braço esquerdo o revólver que se encontrava preso no centro posterior de sua calça, entre seu cóccix e sua vestimenta, ergueu-se e apontou a arma para aquela que o agrediu sem piedade. 

Vic, então, disse:

- Dois segundos para desistir e ir embora antes que eu retire a arma de sua mão e atire em suas pernas para nunca mais correr e assaltar outro ser em sua vida.

O homem levando a ameaça como um blefe apenas sorriu com o canto da boca.

- Não?! – ela ainda indagou – Okay, foi você que pediu! – Victoria avistou a alma de seu oponente por meio de seus olhos, concentrou-se e, num golpe quase imperceptível tirou a arma de sua mão, bateu em seu braço quebrado fazendo-o se desconcentrar mediante a dor que sentiu, chutou suas partes baixas e socou sua boca – retirando a mesma porção de sangue que perdera – fazendo-o cair no chão aos gritos.

O homem, naquele momento percebeu que Vic não era uma garota frágil como achou ser; ela era ágil e sabia se defender muito bem. Victoria já seguia o seu rumo quando retornou e disse:

- Promessa é dívida! E eu pago minhas contas direitinho. – carregou a arma e, mesmo sobre as petições de misericórdia feitas pelo bandido, ela deu um tiro em cada joelho fazendo-o chorar de dor, soprou o cano da arma, desconectou o cartucho e completou – Não sou Deus para ter misericórdia, filho da mãe!

Deixando o homem no chão gritando de dor sob os cuidados dos soldados do exército recém-chegados, Vic tomou a mochila recolocando-a no mesmo lugar e voltou a caminhar, limpando a lateral de sua boca como se nada tivesse acontecido. Ela aproximou-se de seu pai entregando a arma do crime, enquanto o capitão a elogiava. Victoria continuou caminhando menosprezando o elogio recebido deixando todos os que observaram a cena impactados. Afinal, a princesa, diferente das demais não carregava em seu corpo o equilíbrio e a doçura do ballet, mas sim, a agilidade e a brutalidade das artes marciais.

Victoria fez questão de deixar bem claro:

- Como viram, eu não preciso do capitão babá-ca para cuidar de mim, mas, talvez ele precise de mim pra cuidar dele. – ressaltou em alto e bom som enquanto caminhava sem sequer dar-se ao trabalho de novamente encará-los – Ah! Meu nome é profético, não acham?! Victoria pra mim!

 (Kim Montebello) 

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