Uma bela
manhã nascia aquecida pelo sol e Vic a completava ao ostentar sua beleza ruivo-exótica
pelas ruas de Shinovil – província real da Ilha Dourada, situada
no centro do oceano índico, longe de todos os continentes, solitária, com suas
próprias regras, com suas próprias crenças e com os seus valores bem definidos
–, ela seguia com sua mochila preta atrelada apenas em seu ombro esquerdo,
enquanto abria sua carteira de couro a fim de tomar em mãos o cartão daquele
que a convencera ir ao seu encontro; foi quando viu o seu pai a cerca de
duzentos metros a sua frente em profundo desespero, acenando para si, tentando
fazê-la compreender o perigo que se aproximava de sua retaguarda. Vic sequer
temeu; ela fingiu que não viu a encenação de seu pai e baixou o semblante
levemente inclinado-o para seu lado esquerdo continuando sua caminhada. De
repente, um rapaz robusto e bem alto se aproximou correndo, tentando roubar sua carteira,
chegando a segurá-la. Vic agarrou o pulso de seu oponente cessando seus passos e chutou seu joelho
virando-o para dentro, tomou dele a carteira, ergueu e abaixou rapidamente seu
braço desprendendo-se da mochila jogando-a no chão, em seguida, o homem lhe deu
um soco na boca; Vic sentindo o sabor do sangue em seu paladar irou-se e se
vingou: chutou o estômago do ladrão fazendo-o encurvar-se para frente, segurou
o seu punho e torceu seu braço direito forçando-o para baixo fazendo-o estalar
ao quebrar seu osso na altura do cotovelo. O malfeitor, então, ergueu-se
sentindo uma enorme dor. Vic soltou-o e girou o seu corpo lançando seu pé
direito no ar atingindo, assim, a face de seu oponente lançando-o, em seguida, sobre
o chão. Julio tentou ir ao encontro da filha, mas Hans, o capitão do exército,
por questões de segurança, não permitiu que sua majestade se aproximasse da
briga. Ele chamou sua equipe para conter a desordem e, enquanto não apareciam,
Vic continuava sua observação severa ao malfeitor. Ele, ainda caído, puxou com seu
braço esquerdo o revólver que se encontrava preso no centro posterior de sua
calça, entre seu cóccix e sua vestimenta, ergueu-se e apontou a arma para
aquela que o agrediu sem piedade.
Vic, então, disse:
- Dois
segundos para desistir e ir embora antes que eu retire a arma de sua mão e
atire em suas pernas para nunca mais correr e assaltar outro ser em sua vida.
O homem levando a ameaça como um blefe apenas sorriu com o canto da boca.
- Não?! –
ela ainda indagou – Okay, foi você que pediu! – Victoria avistou a alma de seu
oponente por meio de seus olhos, concentrou-se e, num golpe quase imperceptível
tirou a arma de sua mão, bateu em seu braço quebrado fazendo-o se desconcentrar
mediante a dor que sentiu, chutou suas partes baixas e socou sua boca –
retirando a mesma porção de sangue que perdera – fazendo-o cair no chão aos gritos.
O homem,
naquele momento percebeu que Vic não era uma garota frágil como achou ser; ela era ágil e sabia
se defender muito bem. Victoria já seguia o seu rumo quando retornou e disse:
- Promessa
é dívida! E eu pago minhas contas direitinho. – carregou a arma e, mesmo sobre
as petições de misericórdia feitas pelo bandido, ela deu um tiro em cada joelho fazendo-o
chorar de dor, soprou o cano da arma, desconectou o cartucho e completou – Não
sou Deus para ter misericórdia, filho da mãe!
Deixando o
homem no chão gritando de dor sob os cuidados dos soldados do exército
recém-chegados, Vic tomou a mochila recolocando-a no mesmo lugar e voltou a
caminhar, limpando a lateral de sua boca como se nada tivesse acontecido. Ela
aproximou-se de seu pai entregando a arma do crime, enquanto o capitão a
elogiava. Victoria continuou caminhando menosprezando o elogio recebido
deixando todos os que observaram a cena impactados. Afinal, a princesa,
diferente das demais não carregava em seu corpo o equilíbrio e a doçura do
ballet, mas sim, a agilidade e a brutalidade das artes marciais.
Victoria fez questão de deixar bem claro:
- Como
viram, eu não preciso do capitão babá-ca para cuidar de mim, mas, talvez ele
precise de mim pra cuidar dele. – ressaltou em alto e bom som enquanto
caminhava sem sequer dar-se ao trabalho de novamente encará-los – Ah! Meu nome é profético, não acham?! Victoria pra mim!
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