No mais profundo
de minhas entranhas
Cresce um ser, surge
uma vida,
Embora a turbulência
que vivi para concebê-la
tenha aflorado uma enorme dor em minh’alma,
Deixo, às vezes, a marca da minha
dor
ser diluída pelo pensamento do futuro
riso de um inocente alfa.
Fecho meus olhos e
vejo o terror
Teu suor insano
escorrendo em tua face rebelde
A ira expressa em
tua feição
Fez-me
assemelhá-lo ao bicho-papão.
Em meio aquela dor
que derrotara o amor,
Senti teu prazer
em minhas lágrimas
A revolta que em
ti cabia mais e mais,
Em mim ressoava no
desfalecer após o implorar com mágoa.
De repente, lembro minha
infância não tão distante
Minha avó dizendo:
“Adultéra menina, adultéra!”
Sob olhar acusador
dos outros,
Eu entendia que minha
pobre avó
queria que somente
eu crescesse.
Mas, vó, eu não
gostei de crescer!
Quero ganhar novamente minha
infância embrulhada em um papel
A malevolência de
um ser capaz de “adulterar” crianças
Foi o suficiente
para eu preferir viver no céu.
(Kim Montebello)
Compreendo essa dor, e todo ódio e mágoa que escorre em forma de lágrima enquanto "o bicho papão" tem prazer na nossa dor.
ResponderExcluirLindos e profundos versos!
http://nkpassadopresente.blogspot.com.br/
Abraço!
Muito bonito o teu gênero de escrita.
ResponderExcluirSeguindo, porque gostei, apareça no meu tbm e siga se gostar, ok?
http://umolhardeconfissao.blogspot.com
Obrigada gente!
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